Essa semana me deparei com um podcast. Eu já tinha passado por lá, mas acho que as coisas nos encontram e nos desencontram em alguns momentos específicos; quando estamos prontos pra elas, quando estão prontas pra nós. Enfim, divagações feitas, eu cheguei lá.
Enquanto eu ouvia sobre rejeição - que é um tema que sempre me atravessa e se mistura, em mim, com abandono - eu senti uma dor muito, muito, muito funda e forte. Como se aquilo ecoasse em cada buraquinho da minha alma. Aí me deu vontade de correr e me esconder de novo. Logo agora que eu estava saindo...
A saída e o esconderijo não são literais, são mais como botar o coração no mundo ou recolher. E o botar o coração no mundo, hoje, tem mais bagagem. É um coração mais consciente do que é meu, do que é seu e do que nos cabe juntos. Só que, uma vez no mundo, ele sente. E sente muito.
Eu ainda preciso encontrar uma espécie de filtro. Sabe tipo aquelas telas que a gente bota na janela para não entrar bichos no verão? Porque, sem isso, entra de tudo. Alegria, descoberta, frio na barriga, curiosidade, desejo, dor, saudade, tesão e... desencontro. Rejeição. Relações, assim como o podcast, são encontradas ou encontram a gente no momento em que a gente tá pronto. E será que eu tô pronta? Só tentando pra saber...
Ao mesmo tempo, outras coisas já estão certas pra mim. Reconheço gatilhos quando vejo. Nos silêncios e ghostings cabem coisas de mais, interpretações de mais. Eu quero a diversão e a delícia e a descoberta, mas também quero a honestidade e a condição de poder te dizer o que eu precisar e te ouvir também. O que não dá é para adivinhar. Se eu tiver que fazer isso, eu não tô mais aqui.
O problema de colocar o coração inteiro nas coisas é que ele quebra mais facilmente. Mas o preço de viver sem isso, pra mim, é não viver. E isso não dá. Então vamos assim mesmo. Com dor, com medo, com caco, com amor, com saudade, com medo de novo, com humor, com alegria, com sede e com vida. Que assim seja. E que eu consiga.