às vezes é bizarro o tanto que eu me sinto destruída nesse trabalho. nessa profissão. tem tanta, mas tanta, mas tanta coisa errada. tem tanto desamparo e cobrança descabida. tem tanto ataque que é pessoal. eu não quero mais. não consigo. eu tenho vontade de fazer qualquer outra coisa e não tem sido assim só por alguns períodos. tem doído. e muito. tudo. todo dia. é bronca porque pediu impressão. é bronca porque horário mudou e não adivinhou. é sempre na base da bronca. orientação, conversa, comunicação decente não existem. que bosta de ideia é vender educação. nesse sistema é zoado e impossível trabalhar de forma que seja saudável, eu sei. não acho romanticamente que tem algo que seja muito melhor. mas se vou lidar com problemas, que ao menos eles cheguem aos poucos - um de cada vez. como um cara me disse uma vez, todo trabalho tem seu bolo de bosta - cê só precisa achar aquele que dá conta de engolir. são 13 anos. 9 anos aqui, 200 alunos por dia, todo dia. não tem apoio nem propósito nem força nem perspectiva de melhorar. se tem algo, é indício de muita piora. eu não quero mais trabalhar com isso a despeito de não querer mais viver. chegamos aqui e eu preciso sair. não consigo respirar.
segunda-feira, 5 de maio de 2025
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
ufa
E nesses desafios e variações de repertório, esse ano chegou. E depois da montanha russa, depois das tempestades, depois do coração quebrado e do tempo; depois da dor, de tanta dor, depois das perdas e incertezas; depois das saudades e salas vazias; depois do luto, do esforço, do cansaço; depois de achar que eu não conseguiria, estou aqui. Eu me trouxe pra um lugar melhor.
Estou aqui. E estou feliz.
sábado, 18 de dezembro de 2021
O Próximo Passo
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
terça-feira, 3 de agosto de 2021
Re(a)jeitando
quarta-feira, 7 de julho de 2021
Carta ao fio
sábado, 24 de abril de 2021
deixa assim como está...
Que dor, gente. Que dor.
Hoje dói meu braço, meu joelho, minhas costas.
Ontem doeu um pouco a cabeça. Tive cólica também.
O corpo tá gritando o aniversário que se aproxima? Talvez. Honestamente, não acredito nisso. O corpo tá gritando para que eu escute o que sinto. A dor externa é a forma que eu tenho me permitido sentir. Não dá pra parar agora. Não agora. Porque se eu parar pra deixar doer dentro, eu não continuo mais. Dói ver tanta gente morrendo ou querendo morrer. Dói o luto. Dói a solidão. Dói a falta de abraço, dói o desamor. Dói o trauma, dói a fome, o preconceito, o ódio. Dói a ignorância. Dói a escolha. Dói a Educação. Dói a política. Dói a família. Dói os amigos. Dói a falta do abraço, abraço, ah, como me falta o abraço.
Então, não dá. Estou exausta. Cansada de falar. De calar. De tentar. De desistir.
Mas eu vou. Porque não tem outro jeito. Eu continuo. Porque não aceito a alternativa.
Vou. Explodindo. Em. Dor.
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
Te amo
A ausência parece a falta de alguma coisa, um buraco. Na verdade, ela é o excesso de tudo o que a gente queria e não pôde. A gente não pôde muita coisa, mas seria injusto dizer que ela partiu. Ela está no modo como somos atendidos, nos cuidados com a higiene da escola, na paixão pela educação, na dedicação de todos e nos mínimos detalhes. Ela está no sorriso das crianças, nos gestos de carinho e nas mãos unidas. Ela é coração. Ela é eterna.
Se você já ouviu uma gargalhada há uns 2 metros, você conheceu a Thaís.
Se você já ficou pintando, costurando, colando a decoração das festas, você conheceu a Thaís.
Se você sentiu um abraço apertado, você conheceu a Thaís.
Se você foi acolhido quando precisou de ajuda, você conheceu a Thaís.
Se você já comeu pizza e tomou vinho, você conheceu a Thaís.
Se você fez festa na quadra, no pátio e na lama, você conheceu a Thaís.
Se você sentiu amor, você conheceu a Thaís.
Se você sente amor, então ela está. Para sempre.
Obrigada por tanto.