É só tentar entender o que se sente para uma crise começar. Porque o sentir acontece. Ele vem, você pergunta: por quê? Neste momento, você assina um tipo de pacto com a tristeza. Ela não menciona quanto tempo vai ficar por perto, tampouco o propósito de ter chegado, mas você sabe que ela vai ficar. E você sente tanto que transborda. Você chora ao ouvir uma música, ao ler um e-mail, ao encontrar uma foto, ao se lembrar... do que passou, de quem você foi, de quem você é, de quem já não está, do que poderia. Você chora pela incerteza, pelas decisões, pela consciência. E você até procura falar com alguém, mas o entendimento se faz inaudível porque a tristeza, insistente e tagarela, não dá espaço. Então como começar? Melhor deixar pra lá...
Perguntar "por que" é enxergar o nó. Desfazê-lo demanda paciência. Dá preguiça, vontade de... não. Não dá vontade. A sorte é que, assim como o sentir, a vida acontece... esperança de que os nós vão se afrouxando conforme o tempo passa. Mas se nada acontecer, a gente escreve.
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