sexta-feira, 27 de março de 2009

Reticente.

Cara, sei lá. Tô aqui sentada e as pessoas passam. Algumas bastante apressadas, outras olhando as vitrines.

Meu tempo não passa.

É... sensações e pensamentos me bagunçam a cabeça e eu nem sei o que me leva a escrever. Talvez o papel me distraia e a caneta me liberte. Talvez juntos tenham uma forma bastante eficaz de me aliviar a dor. Deixei as coisas irem longe demais comigo, não me conheço mais. Algo em mim é tão prudente e "correto" que não sei mais o que desejo. A culpa me esmaga, me derruba. O amor? O amor está nas minhas ações, mas não acredito que eu seja merecedora dele. Cada amigo que tenho, tem comigo uma história de amor, sim. Mas esse amor romântico de "me liga quando chegar", "só liguei pra dar bom dia", "é bom estar contigo", "quero te fazer feliz", "tenho saudade" e todos esses trens, ah... isso não é pra mim.

É...
As pessoas passam, me distraem e nem sei mais onde parei. Preguiça de retomar o raciocínio.
Chega.

(Brasília, aeroporto, 25 de Fevereiro de 2009)



Encontrei isso neste final de semana, nem lembrava de que o tinha escrito. Me lembrei do que sentia.

Aquele aeroporto era frio naquele dia. O mesmo que vi lotaaado de amor há alguns meses, naquele dia, era gelado. Eu esperava... esperava pelo meu vôo, esperava por alguma notícia, por algum movimento, alguém. Esperava tanto por algo que nem sabia, me angustiava. Esperar me angustia. Jamie Cullum, Adele, Corinne e uma melancolia esquisita foram e têm sido companheiros nos últimos tempos. Nem consigo acreditar no que me transformei. Mesmo que seja temporariamente, hoje sou isso, essa tristeza crônica e irritante. E sabe do que mais? Não gosto de ser triste! Quando falava sobre acreditar em amor, me lembro de levantar a bandeira de que ele existe e todo mundo encontra um dia. O que foi que eu perdi no meio do caminho? Qual foi o pedaço da historinha que eu não peguei? Porque alguma coisa eu pulei! Não sei e quando eu começo a racionalizar, devo parar e voltar ao x. Mas ah, que preguiça de mim.

E Chico, querido, que não me abandona um segundo, insiste em dizer coisas nostálgicas. "Vou te envolver os cabelos, vem perder-te em meus braços, pelo amor de Deus." Blá, blá, blá. Mas tudo bem, músicas me trazem o amor que não vivo, que não vivi, que não conheço, que não acredito. "Ah, se já perdemos a noção da hora, se juntos já jogamos tud..."

3 comentários:

Oswaldo Sandi disse...

Cara mto bom!!!
Claro, um poco melancólico tbm... Mas nada que n seja encantador.
E a música, tudo tão belo...
"Te dei meus olhos pra tomares conta..."

Pablo Emílio de Mattos disse...

Adele é perfeita.

"... vem que eu te quero fraco, vem que eu te quero tolo, vem que eu te quero todo meu"
sinto saudades...

Lorena Maximo disse...

Ei, eu te amo, msmo o amor sendo a contradição da felicidade plena...

;)

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