terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Nó.

Estive em São Paulo no último sábado, fui visitar minha avó. Ela passou por uma cirurgia por conta de um câncer avançado e recém descoberto. Dona Terezinha sempre foi uma fortaleza, piauiense porreta, decidida, forte e desbocada. Quando eu entrei na casa dela foi como se tirassem de mim, sei lá, o chão! Ela está muito bem cuidada, mas não lembra nem de longe aquela minha vó Tereza. Cama de hospital, fraudas, dificuldade de movimentação, paralisia parcial, fala comprometida. Deu nó na minha garganta. Dirigi de volta pra Amparo com aquela sensação de: putz, será que vejo minha vó de novo? 

Nó.

Em Amparo, desabei. Chorei que nem criança birrenta que fica sem pirulito. Não, chorei mais. Chorei que nem gente que perde gente. Muito. Mesmo. Com todo o meu coração. Como diabos é que a vida revira nisso? Sabe o que Dona Tereza me disse? - "Minha filha, a minha sorte é que vocês me amam e cuidam de mim". Porra, vó! É isso! É amor que importa! Só ele. Nas mais diversas formas, das mais diversas fontes. 




Eu amo mais. Sou sempre o lado que ama mais em todas as relações, eu acho. E isso sempre foi um pouco pesado pra mim. Sabe aquela sensação de vulnerabilidade, de que as pessoas tem o poder de esmagar seu coração? Vivo nela. E às vezes elas esmagam mesmo. E aí sobro eu, aquele amor e um buraco. Às vezes as pessoas vão embora. Às vezes elas não gostam mais da gente. E eu sempre me achei azarada porque, se eu amo mais, sou eu quem fica. Sou eu quem sente. Sou eu quem chora. Mas veja, eu também sou sempre a que nunca está desamparada. Sempre encontro uma mão estendida, um abraço. E o que é isso se não o que a vó Tereza tão sabiamente me ensinou? É o amor que volta. Às vezes de outra forma, Às vezes em outra hora. Às vezes e especialmente fora do meu entendimento.  

Se meu problema é amar além, que seja. É o que vai ficar de mim...

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