Que me perdoem todos os peitos empinados, mas eu odeio sutiã de ferrinho! Se tenho algumas certezas na vida, como amar rir até a bochecha doer, adorar viajar, amar fazer cócegas nos meus irmãos até eles chorarem, com certeza entre elas - minhas certezas - está o fato de o-d-e-i-o sutiã de ferrinho! Negócio que faz, literalmente, o peito doer. Tá tudo bem quando ele tá no lugar, mas depois de um tempo o ferrinho começa a sair e machucar e aaaaaaaaaah, para quê? Se eu pudesse te dizer algo que vale a pena saber na vida, seria isso: aqueles ferrinhos horrorosos devem ser abolidos. Porque o resto, que o tempo passa ridiculamente rápido, que sorrir traz mais benefícios do que quatro noites sem dormir tentando solucionar um problema, que não é bom tentar comer quando você estiver com a boca anestesiada, que a distância vai separar pessoas e isso é difícil, que suas dores vão doer muito, fundo, intensamente, e depois vão embora, que as alegrias são tão saborosas que vão te fazer sorrir sozinho dentro de um ônibus num dia "x" da sua vida, todo, todo o resto mesmo, você vai descobrir sozinho.
E falando desse negócio de descobrir sozinho, tenho aprendido muito sobre tudo. Tenho conseguido dar risada da vida e para a vida. E, olha, que delícia é fazer isso! Meu humor melhorou, meu amor melhorou e minha tristeza me deu uma trégua. Não quero que ela seja eterna, mas que seja intensa, como, às vezes, a tristeza é. Quão bom seria um período de intensa trégua, hã? Acho que entendi minha descrença no amor, já que nossa primeira imagem de amor vem de dentro de casa. É fato que minha visão seria estilhaçada, em algum momento, tendo como amor primeiro o amor que primeiro fracassou. Se um dia a gente passa a ver o amor independer das relações paternas? Começo a acreditar que sim, já que estou reconstruindo meus pilares quebrados. Estes que são os responsáveis por manter em pé os nossos edifícios. Sabe que eu sempre gostei de ouvir os outros? Mas ando ouvindo meus próprios dizeres internos e, pela primeira vez, me olhando com a ternura e a compreensão de que não devo e não vou acertar sempre, mas tá tudo bem. Que sensação gostosa é essa de tirar das costas a culpa. Que sensação gostosa é essa de abrir o peito pra vida (e sem qualquer ferrinho atrapalhando!).
Tenho errado com os outros, o que me faz humana. Não sei se é amadurecimento, infantilidade ou libertação. Para mim, é apenas bom.
1 comentários:
oi gostaria muito que conhecesse o blog sobre síndrome do pânico e a falta de um manual para esse tortuoso caminho. Agradeço desde já.
Postar um comentário