Que seja doce.

Cara, assim, eu tô a-p-a-i-x-o-n-a-d-a por Caio Fernando Abreu. Tô nessas fases choronas, sabe? Choro ouvindo músicas, o que é normal pra mim, confesso, só que tá mais intenso; choro lendo; pensando; lembrando. Sei lá se é TPM ou qualquer coisa, mas tá complicado. E eu me identifico mesmo com esses textos que rasgam a gente por dentro, entende? Ou que nos fazem entrar em contato com os nossos próprios rasgos. Fernanda Young me prende nos romances dela por isso, assim como Caio agora. Mas hein, falando nisso, que merdéessa de Playboy? Tenha dó, hein?! Li as 10 razões para posar pra Playboy que ela botou no twitter e, na moral?, não vi UMA razão aceitável. Mas né?!, o corpo é dela, o bolso é dela, e a relação entre os mesmo também é dela. Cada um sabe o que faz. Eu, definitivamente, vou continuar com os livros.

Voltando pras minhas tagarelices, passei a tarde ouvindo Chico Buarque, até dei risada me sentindo a Morena dos olhos d'água. Ainda há pouco passou Mosaicos com Vinícius de Moraes e Baden Powell, quando tocou "Deixo", assim, nem sei te explicar. Quase morro aqui. Mas cê quer saber o mais engraçado? Eu não tô triste. Não tenho chorado de tristeza. É meio que uma limpeza pra alma. Involuntária, mas importante. Choro de saudade, mas não de tristeza ou revolta pelas distâncias. Choro de saudade lembrando de tudo o que foi bom. Eu tô... bem! Você nem pode imaginar o que dizer isto significa pra mim, juro! Minha vida tá entrando nos eixos, tá tudo se organizando. Tô reaprendendo a confiar no tempo. Porque o tempo, assim como as pessoas, deixa a gente puto de vez em quando. Não deixa as coisas acontecerem, enrola, complica, afasta, apaga, um problema. E aí perdemos a confiança nele, assim como nas pessoas. Mas depois, quando a gente fica mais sereno, ele volta de mansinho e vai reconquistando. Ser humano quer tudo pra ontem e da forma que a gente acha que tem que ser. E ele, quieto, lento e sábio vem nos dizer que as coisas acontecem como e quando tem que acontecer. E cedo ou tarde a gente entende que foi melhor, que não poderia ter sido melhor.

Então fico com uma das coisas mais bonitas que aprendi recentemente:

Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce.

Caio Fernando Abreu