E, da mesma forma que a tendência à paixões avassaladoras é característica genética, outras coisas também não mudam. E me irritam por não mudar. É complicado ter um tirano de emoções dentro de casa. Porque alguém que não cumpre seus compromissos como deveria, não pode mesmo receber outro nome. Eu, Marina, não sofro mais com isso. Foi-se o tempo de eu ficar deprimida, ou ser apaixonada por futebol como tentativa de aproximação, ou me preocupar em agradar. Hoje temo por eles, pelos meus irmãos. E pelo buraco que se faz na gente quando percebemos as ausências. De amor, de cuidado, de presença. O pouco que faz, faz deixando claro que é por obrigação. A cara é sempre fechada. O humor é sempre ruim. Dentro de casa, óbvio. Com os amigos da rua é, e sempre foi, o mais querido. Meu coração aperta por ver gente pequena mendigando atenção, assistindo à cenas de bebedeira e descaso. Eu, penso, tive a melhor saída disso tudo: odeio bebidas alcoólicas, ODEIO, tenho aversão; sinto amor, demonstro amor, ajo com amor; consigo pensar nos outros, pesar a forma como se sentirão; procuro ajudar e fazer as coisas com o coração. Dá um alívio grande saber que consegui ir ao extremo oposto. Mesmo que o extremo não seja o ideal, porque ainda acho que o equilíbrio é a alma do bom negócio. Mas perfeição passa longe daqui, sem dúvida. Agora... e eles? E os pequenos grandes amores da minha vida? Será que vão conseguir se desligar disso sem maiores feridas? Será que vão conseguir se desligar disso? A gente vai fazendo a nossa parte todos os dias. Mesmo que não seja o melhor, é o nosso melhor. E isso é o mais importante: que eles sintam que tem gente que faz por eles sempre o melhor que pode. Eles terão valores. Terão noções importantes de família e amor. E terão, também, de aprender a conviver com este buraco, que ninguém pode ocupar.
Por outro lado, tenho que reconhecer, existe um anjo. E se, hoje, tenho os valores que tenho e sou da forma que sou, devo a ela. A grande fortaleza, o grande exemplo de amor e garra. Tem suas limitações e dificuldades, claro. É alguém diferente de quem eu quero ser, diferente de mim. Mas é nossa grande base de carinho, dedicação, sabedoria e amor.
1 comentários:
Vai ser lindo, qdo chegar o dia, em que por tra's (e apesar) da ause^ncia do tirano e da sabedoria do anjo, desabrochara' com toda a verdade do mundo, a linda e real Marina.
bjs e saudades,
Cibele
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