sábado, 2 de maio de 2009

Prazer: Marina.

Acredito na sabedoria popular, mas não no senso comum. Questiono, enfrento, procuro, não me acomodo. Gosto de entender, sou crítica. Preciso das coisas claras. Necessidade obsessiva? Talvez. Já fui extremista, radical. Deixei de agir assim quando percebi que as pessoas mentiam pra mim por medo da minha reação. E eu, de fato, não quero causar medo. Nunca achei que respeito e medo fossem coisas semelhantes, nossa, não mesmo! Gosto de que me procurem quando querem conversar, se acharem que posso ajudar ou simplesmente ouvir, se quiserem. Gosto de que dividam as coisas comigo por terem a certeza de não vou julgar, se quiserem dividir. Entendi que 'certo' e 'errado' são conceitos extremamente pessoais.

Sou sensível, não fraca. As coisas me emocionam, talvez me enfraqueçam, às vezes me derrubem, mas me levanto e sigo. Sou determinada. Sou apaixonada por música, elas me entendem e me explicam. Aprendi a ouvir mais do que falar. Amo. Não sei amar pela metade ou um pouquinho. Sou intensa, leal. Sou amiga dos meus amigos. Tenho um lado infantil que leva tudo ao pé da letra, quando digo uma coisa, acredito no que estou dizendo. Se digo que estou contigo quando precisar, que pode me ligar a qualquer hora, que sou sua amiga, acredite. Também acredito no que me dizem, sofro por isso. Porque as pessoas não são da mesma forma e, na maioria das vezes, não me dizem coisas que vão cumprir.

Sofro por antecipação, sou ansiosa pra caralho, chata. Detesto ter que jurar ou prometer algo, dizer já basta. As pessoas buscam na jura ou promessa uma garantia a mais de que aquilo é verdade, porque no fundo elas não acreditam. Para mim, se você disse, é verdade e eu acredito. Não confunda minha honestidade com burrice, por gentileza, porque burra eu não sou. O fato de eu acreditar no que me dizem, significa que não vou telefonar 30 vezes pro meu namorado, por exemplo, para confirmar que ele está mesmo onde me disse que estaria. Acho que ninguém é de ninguém e não existe, na minha concepção, o dever de pedir autorização pra namorado. Mentira me irrita. Quer ir? Vá! Não dá pra me ver? Tá, vai dar outro dia.

Odeio mentira, esperar e saudade. Ah, nossa, 3 coisas que me tiram do sério. Claro que eu minto. Óbvio! Pelo amor de Deus, perfeição passa longe daqui. Minto para os outros e para mim algumas vezes. Mas odeio fazer isso. Entendo que esperar seja necessário, que frustrações aconteçam, que as coisas não acontecem ao nosso tempo, mas no tempo delas. Só que não gosto. A saudade é minha forma de ligação com as pessoas que eu perco, não sou muito ligada à coisas não. E nossa, nem sei! Como sou ruim com esse negócio de perder! Ao mesmo tempo em que mudanças me apavoram, combato meu pavor, porque preciso mudar. E por mais que mude, acredito que algumas coisas estão enraizadas demais. Nunca que você vai me ver num show de rock batendo cabeça, por exemplo. Nada pessoal, só não faz qualquer sentido pra mim. Como obsessiva de carteirinha, as coisas tem de fazer sentido.

Eu brinco de brigar, mais do que, de fato, brigo. Levo quase tudo com bom humor. Adoro ironias. Procuro me observar e melhorar o que me incomoda. Começo as mudanças por mim mesma. Adoro livros, gasto horrores com eles. Não sou antipática, sou tímida. Não chego nos lugares falando alto, causando impacto. Eu chego de mansinho, converso baixinho, daqui a pouco a gente já virou amigo. Não gosto das coisas rápidas demais, nem de pessoas apressadas. Tudo tem seu tempo, eu também.

Por que de tudo isso? Cara, ando me estressando com gente que me define. Galera determina: A Marina é assim, não é assim, gosta disso, faz aquilo. E, olha, acho que não dá pra gente dizer que conhece alguém tão bem. Nem eu me conheço tão bem. Eu me conheço, ponto. Mas existem situações em que ainda não consigo me imaginar, como é que outra pessoa pode dizer o que eu faria? Não pode, né?! Só pra constar. Eu hein.

2 comentários:

Lorena Maximo disse...

Adorei principalmente o primeiro parágrafo, pq vivi ele com vc. É, essa é a Mah, ou não... E eu amo!

Anônimo disse...

Mulheres intensas como você geralmente são ótimas amigas e péssimas amantes. Isso pela constante necessidade de se impor. Todavia, conquistá-las é um desafio que intrinca e aguça os homens.

Parabéns pelo texto.

Poeta

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