Lá vou eu de novo, feito um tolo...

Gente, ando tão besta. Sempre fui meio chorona, raramente na frente de alguém, porque, na minha pequenice, considerava fraqueza. E na época em que eu era super forte, mal sabia o quanto precisaria ser forte para conseguir chorar. É a velha historinha de O Vencedor: olha lá quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar.

Algumas coisas me emocionam tanto. Músicas, cartas, lembranças, mensagens... músicas. Já falei, né?! É que elas trazem as dores, as alegrias, os amores, e o que nem conseguiríamos dizer. Alguém vai lá e, com uma sabedoria inacreditável, diz por nós. Ontem me deliciei ouvindo Vinícius de Moraes, por exemplo. Sou meio ignorante quando resolvo gostar de alguém, quase como minha família é para beber, e baixo logo a discografia. E revirando meus arquivos aqui, encontrei a da Elis. E encontrei um disco dela com o Tom Jobim. E, cara, posso falar que sou apaixonada por ele? Nossa, que delícia! E Tom Jobim e Chico Buarque? Retrato em Branco e Preto? Já conheço os passos desta estrada, sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor... E quando Ana Carolina resolveu gravar isso? Jeeeesus, é de arrepiar. Já conheço as pedras no caminho, e sei também que aqui sozinho vou ficar tanto pior. O que é que eu posso contra o encanto desse amor que eu nego tanto, evito tanto, e que no entanto volta sempre a enfeitiçar?

Eu choro sim! Choro porque dói, choro porque alegra, choro porque amo! E eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar pra não faltar amor.