segunda-feira, 20 de abril de 2009

Divagando.

Ainda consigo entender porque diabos lido tão mal com a perda, Jesus! A gente reclama tanto de determinados acontecimentos, mas nós é que provocamos os ciclos. Porque a gente passa a vida repetindo situações já vividas, já que, pelo menos, a dor é conhecida. E bloqueamos novas oportunidades e novos sentimentos, porque o novo assusta muito! Já repararam quantas coisas a gente deixa de fazer por medo? Tava falando disso agora e, como de costume, uma tempestade de pensamentos me tomou a cabeça.

Se uma situação te faz mal, ao mesmo tempo em que traz conforto pelo fato de sempre estar presente, você se mantém nela. Mas se eu acabo de dizer que faz mal, por que se manter nela? Simples, a gente precisa do que é familiar. A forma que as pessoas te vêem é familiar e isso é confortável. Se usar a vida toda o mesmo corte de cabelo e, de repente, mudar, isso causa certo espanto. E a reação das pessoas é loteria. Pode ser boa ou má. Então melhor não provocar reações ficando com o mesmo corte. Com a dor também é assim, mais fácil repetir e fazer o coração andar no passo em que está acostumado, do que dar a cara pra bater em novos sentimentos. Com tudo é assim! De repente nós mesmos não estamos preparados para nos enxergar de modo diferente. E o despreparo é melhor amigo da não mudança. E a gente vai morrendo aos poucos, bem lentamente, bloqueando nossas vontades de parar de tomar o mesmo tombo, o mesmo ônibus, o mesmo suco, de ir ao mesmo cabeleireiro, ao mesmo restaurante, ao mesmo parque. Só o que está morto não muda. E a gente precisa do dinamismo, do movimento, do frio na barriga! Mudar é assustador, mas é excitante.

E se eu tentar ver as perdas como mudanças? Será que... será que se tornarão menos pesadas? Porque é insuportável me sentir abandonada, mesmo sabendo que todo mundo tem o direito de ir embora. Depender desta presença é o que me deixa estagnada. E como eu faço para não depender? Acho que, primeiramente, entendendo que não quero e não preciso mais daquela angústia. Que as pessoas, ao meu ver, não são substituíveis, mas que podemos e devemos viver sem elas. Embora alguém tenha feito em sua vida algo que ninguém mais vai fazer, outras pessoas farão outras coisas importantes. E isso não tornará o primeiro feito menos importante, ele é apenas passado. E passado não deve doer. Passado deve ser lembrança. Lembrança e não sentimento. Passado deve... passar.

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