segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ontem peguei o carro e liguei Maria Rita no último volume. No último não, porque, né?!, ninguém merece aquele povo retardado que anda pela rua achando que todo mundo tem que ouvir a música que eles querem. Mas numa altura suficiente para deixar de ouvir quem falava ao meu lado e me afundar nos pensamentos e lembranças. Maria Rita é quase que uma piada interna e, naquele momento, foi a trilha sonora das memórias daquelas tardes, enquanto as paisagens passavam por mim.

A primeira fase era a espera. Esperar chegar. Ai, como era gostoso sentir o frio na barriga, a ansiedade e, enfim, ouvir o interfone tocar. Depois vinha a chegada, com os óculos escuros charmosos, os fones no ouvido, a mochila e o (meu) coração que disparava. Depois vinha o cheiro, os beijos, o estar juntos, o segredo. Ah, o segredo. Estudar para concursos, né? Dos quais, inclusive, a data das provas nunca chegava.

Era perfeito, e era nosso. Só nosso. Como hoje é a saudade, só nossa. Tá ficando foda falar de saudade, tema frequente demais aqui, tema frequente demais em mim. Mas hoje é ela que nos acompanha, sei que sim. Sei que era gostoso escapar e esquecer do mundo, para o mundo ser um pouco nosso. Para o mundo ser um pouco a gente, e só a gente. O que era de fora, ficava sempre de fora. E reviver tudo isso, mesmo que em pensamentos e em trilha sonora, já traz uma sensação formidável, entende? Entende sim.

E quando Trajetória começou a tocar, me perguntei o que foi que deu errado no meio do caminho. Mas é melhor nem entrar neste ponto, porque "eu já me preparei, parei para pensar, e vi que é bem melhor não perguntar".



Ai, ai... as tardes.

1 comentários:

Gabriel Ramos disse...

Ah tudo bem, ninguém lê seu blog, não precisa atualizar.

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